Agosto é o mês de aniversário do Sumo Cultural e estamos comemorando apenas um ano de existência. E daí? E daí que, para mim, muita coisa aconteceu e não aconteceu.
Há mais de um ano atrás em uma viagem ao Rio de Janeiro descobri pessoas que se organizavam e pensavam em como inserir arte independente em espaços públicos. Pensei em como seria trazer essa forma de organização para a cidade na qual fui criada: Salto - SP. E dividi esse pensamento com uma pessoa que acreditei que toparia a loucura, o Gustavo Castilho. Depois disso pesquisei a respeito e fui ao encontro de pessoas que já estavam no contexto. No caso o Rasgada Coletiva (Sorocaba).
Após meses e meses de reflexão a respeito do que poderia ser um coletivo em uma cidade como Salto, nasceu o Sumo Cultural. A ideia era ser um coletivo de pessoas pensantes que pudessem agregar o máximo de linguagens artísticas e divulgar, através de ações culturais, em espaços públicos da própria cidade.
Busquei experiências de pessoas há mais tempo nesse meio, em outro coletivos, e onde mais eu pudesse me inspirar.
A inspiração veio do próprio Rasgada Coletiva, que acredito ser um modelo bom a ser considerado hoje na região de Sorocaba. Busquei no Fora do Eixo, onde aprendi diversas ferramentas, passei por experiências inesquecíveis e que, mesmo não compartilhando atualmente de alguns ideais, considero uma boa escola. Mas a maior escola mesmo foi ver o Sumo Cultural funcionando.
E claro que um coletivo não é feito de uma pessoa apenas. Um dia, lá no começo, alguém me disse: as pessoas surgem, Thabata. E elas surgiram aos poucos, timidamente. Muitas pessoas passaram pelo Sumo Cultural nesse um ano de existência. Colaboradores, amigos e curiosos. Mas o maior barato de tudo foi poder trabalhar com cada pessoa dessa.
Não começamos sabendo o que estávamos fazendo. Muito pelo contrário, não sabíamos. O que moveu tudo foi a vontade de fazer algo. E acredito que fizemos. Acredito também que poderíamos ter feito muito mais.
Resumindo: o Sumo Cultural não está morto, muito pelo contrário. As transformações pelas quais ele passou nesse um ano foram tantas que a vontade de continuar apenas cresceu. Só isso.
Eu, Thabata, em nome dos que fazem parte hoje do Sumo Cultural (Gustavo Castilho, Mariana Mendes e Flávia Garcia) e dos colaboradores (Obe Dessa, Carlos Avendaño e Fernanda Nefertiti), agradeço aos amigos, aos que estenderam a mão, aos que fecharam a mão, aos que criticaram e ajudaram, aos que criticaram e apontaram as nossas falhas, aos que fotografaram pra gente sem ter obrigação, aos que trouxeram sua arte para ser exposta, aos que trouxeram seu filme para ser exibido, aos que discutiram ideias, aos que ficaram sem dormir com a gente, aos que marcaram show, emprestaram amplificadores, emprestaram bateria, as bandas que tocaram em nossos eventos e compreenderam imprevistos, aos donos de casas de shows que abriram espaço para nós e para as bandas, aos que montaram tenda com a gente, que esperaram a chuva passar, aos que foram prestigiar alguma ação nossa, aos que fizeram cartaz para nós, que nos ajudaram a divulgar, aos que compartilharam experiências, aos que confiaram na gente mesmo não confiando tanto, aos que dividiram experiências, aos que ensinaram, aos que ajudaram com o máximo que pôde e aos que acreditaram.
Obrigada Rasgada Coletiva, Garagem Aberta, Tônica, Lumen, Reina Sofia, Vivant, Fuligem, Vinicius Cassiolato, Tiago Nastre, Marcos Pardim, Almir Monteiro, Ney Hugo, Casa Fora do Eixo, Hellgrass, Gio Perro Loco, Fora do Eixo Sorocaba, Angelo EuMesmo, Lessandro Bull, Lucas Lippaus, Roda Torta, Lia Fênix, Rodrigo Babu, Obe Dessa, Luciano Barbosa, Tiago Gomes, Fábio Castel, Anelise Zaqueo, Yuri Pires, Música Na Cidade... E desculpe se esqueci de alguém. (:
E Gú, na próxima vez que eu tiver uma ideia me impeça.
Estamos quietinhos tramando. Não estamos mortos. Obrigada.
