Auto-retrato, 1956
“Quais são as coisas comovedoras neste mundo de hoje? Não são por acaso as guerras, as tragédias provocadas pelas injustiças, pela desigualdade e pela fome? Haverá na natureza algo que grite mais alto no coração do que isto?”, estas palavras de Candido Portinari (1903-1962) justificam a temática social que embasou toda sua produção artística no desejo de causar o sentimento de indignação em relação às mazelas do povo.
Portinari nasceu no interior de São Paulo, filho de imigrantes, de origem humilde, chegou ao Rio de Janeiro em 1918 para estudar arte. Viaja à Europa, conquista prêmios de arte nos Estados Unidos, mas a partir da década de 1930 passa a retratar o povo trabalhador em suas obras com mais profundidade.
Nas palavras do autor: “É preciso haver uma mudança. O homem precisa de uma existência mais digna. Minha arma é a pintura”. O repúdio aos nazifascismo e aos horrores da Segunda Guerra Mundial, e sua militância política no Partido Comunista Brasileiro também influenciam sua obra, como se pode perceber nos “Retirantes” e “Meninos de Brodoswki”.
Retirantes, 1944
Na década de 1940, após o exílio político que o leva ao Uruguai, passa a assumir temas históricos e a arte muralista.
Detalhe do painel Guerra e Paz, 1956
A obra "Guerra e Paz", que inicia em 1952 e termina em 1956, é um grande painel que foi encomendado pelo governo brasileiro como contribuição artística à sede da ONU, nos EUA. Portinari não conseguiu obter o visto para pintar em solo estadunidense, pois era um comunista, pinta então os quadros no galpão da TV Tupi, no Rio de Janeiro, em condições precárias de trabalho. O painel foi inaugurado em 1957, sem a presença do autor.
Em 1962 morre Portinari, vítima de contaminação pelo chumbo das tintas com as quais trabalhava.
O lavrador de café, 1934
Mestiço, 1934
O café, 1934
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