18 janeiro, 2012

Resenha: SumoProjeta apresentou À Margem do Xingu

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O ano começou para o coletivo Sumo Cultural com a exibição do filme ganhador do Festival Paulínia de Cinema, uma espécie de Oscar brasileiro, como melhor documentário do ano de 2011: À Margem do Xingu - Vozes Não Consideradas.

O documentário foi exibido em Salto no último sábado, dia 14, com o apoio da @FIM - Projeto Anselminhos, Pagadores de Promessas. Contou com a presença de seu produtor, Rafael Salazar, que participou de um debate sobre o tema que tem gerado polêmica, afinal a produção traz a todos a discussão existente entre especialistas da área, indígenas, agricultores e outros moradores das regiões que serão afetadas pela construção da usina hidrelétrica Belo Monte.


A sensibilidade cultural da equipe que realizou o documentário nos leva a questionamentos em relação à necessidade real da concretização deste projeto obscuro e misterioso, como o verdadeiro destino da energia gerada no local, a maneira como o processo vem sendo abordado pelos interessados na construção e mais outros temas. Essas reflexões sobre os problemas que vêm surgindo nas regiões do Xingu não dizem respeito apenas à realidade em que vivem essas pessoas citadas acima, é realidade para todos nós.

O consumo de energia elétrica é um hábito que acarreta inúmeras conseqüências em nossas vidas. Se nós, consumidores, não nos preocuparmos com essa questão, a ganância dos ricos em dinheiro, mas paupérrimos em espírito e sensibilidade cultural, irá destruir ainda mais o que nos resta de cultura nativa. A obviedade de que a construção de obras como a Belo Monte surge a partir da vontade egoísta de se gerar mais lucros, sem se importar com o verdadeiro progresso da humanidade, é o motivo da infelicidade dos mais conscientes em relação ao papel que o ser humano tem que cumprir no planeta, o de existir em união com este, em equilíbrio, afinal a dosagem é sempre muito importante, até mesmo remédios se transformam em venenos quando usados de forma descontrolada.

A geração da eletricidade é, sim, muito importante, mas não envenenemos nossas vidas com esse descontrole consumista. Paremos, pelo menos de vez em quando, e busquemos refletir sobre nossos atos. Nem que para isso tenhamos que nos sacrificar ao extremo e fazer coisas como deixar um pouco de lado a novela, o futebol, o BBB, e outros  programas de "extrema importância” em nossas vidas. Afinal, para se entender o que acontece, e poder reclamar, é preciso estar presente!

por Lessandro Bull - fotoetnógrafo e integrante do Sumo Cultural


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Produtora cultural, blogueira, nômade urbana e autodidata.

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