Lembro daquele filme, sabem? Kiss - Detroit Rock City, em que há várias mães protestando contra o Kiss, e suas músicas, dizendo que são obras do demônio entre outras coisas. Nesse contexto uso mais um exemplo: na metade dos anos 80, também nos Estados Unidos, um grupo de esposas de políticos travaram uma guerra contra o Heavy Metal, alegando que suas letras aumentavam o número de estupros e suicídios no país, depois de um longo processo de audiências foi decidido que alguns álbuns deveriam vir com o selo Parental Advisory: Explicit Lyrics, alertando aos pais que o conteúdo era impróprio.
No Brasil: 1968, promulgação do AI-5 e a censura à arte foi institucionalizada. A música popular brasileira perdia seus versos, ou eram totalmente censuradas. As peças de teatro, capas de discos, etc tudo passava pela Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP). A ditadura podou a liberdade de expressão, porém ainda hoje nos deparamos com sutis censuras.
Já o rock tem uma trajetória de muitas polêmicas. Desde quando Elvis rebolava e era chamado de Elvis Pélvis. Passando pelo heavy metal, o punk rock, e por aí vai. Atualmente são poucas bandas (quase extintas) no tal mainstream que causam tanta polêmica com atitudes e letras de músicas , entretanto no cenário independente existem diversas que possuem em suas músicas uma inclinação politico-social, ou mesmo voltado para o humor.
Hoje existe um número bom (porém ainda é pouco) de festivais de música independente que preza pela criatividade e atitude da banda em palco. Porém o oposto irá ocorrer na cidade de Indaiatuba. A cidade irá sediar o Festival de Rock 2011. O regulamento é um tanto contraditório. Eles colocam como objetivo: 1.1. Incentivar a composição e produção musical; Contudo, fazem uma série de restrições quanto ao conteúdo dessas composições. Ora, entendemos a preocupação da organização quanto a credibilidade do evento, entretanto não podemos esquecer que estamos falando de rock. Bem, rock não é só drogas e sexo, certo. Porém acreditamos que restringir desse jeito as composições limitará o festival a somente algumas vertentes de um estilo que é muito rico e crítico.
Não vamos deixar esses resquícios de censura, ou seja lá como as pessoas chamam agora, podar o rock, e a música no geral.
Na verdade, não dá para acreditar muito em festivais de rock institucionalizados. Esse tipo de evento, obrigatoriamente, teria que ser feito com parceria de grupos sociais. Vai ser só uma forma de distribuir R$ 6.600,00 entre bandas que digam o que a secretaria da cultura daquela cidade quer ouvir. Fora a despesa de aparelhagem para cinco dias de evento...
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